Paula sempre procurou para si uma vida melhor, tinha absolutamente tudo que sonhava menos o Gabriel. Gabriel e Paula eram amigos, amigos inseparáveis, se sentavam um do lado do outro na sala de aula, dividiam o lanche no recreio, trabalho de escola só faziam juntos, tudo juntos, pareciam namorados, mais, para Gabriel eles eram irmãos.
Paula tremia diante dele, e ele nem percebia os olhares de Paula em sua direção.
Certo dia, Gabriel resolveu apresentar um amigo dele para Paula. Tiago: Moço bonito, bem arrumado, um sonho. Mais Paula nem queria saber, só pensava em Gabriel, apenas ele poderia ser seu primeiro namorado e mais ninguém.
Não entendendo muito a cisma de Paula com Tiago, Gabriel decidiu deixar pra lá, e conversar com a amiga sobre o que estava acontecendo.
-Paula meu amor, o que esta acontecendo?Porque a cisma com o Tiago?
-Não me chame de meu amor, Gabriel.
-Porque você está tão brava minha irmãzinha?
-Eu não sou sua irmã. Eu não sou nada sua, me deixa em paz.
Paula deu as costas para Gabriel e saiu. Ele ficou sem entender, o porquê da amiga tratá-lo daquela maneira, ele não tinha feito absolutamente nada, porque toda aquela raiva.
Paula chegando a casa foi direto pro seu quarto, refletiu sobre a vida, e decidiu que o melhor que tinha que fazer era se afastar de Gabriel. Já que ela não conseguiria enfrentar o problema, e melhor solução era fugir dele. Ela sabia que não seria fácil, que Gabriel iria lhe fazer um interrogatório profundo, sobre o afastamento dela. Mais ela tentaria evitá-lo no Maximo. E foi o que ela fez no dia seguinte.
Chegando à escola Gabriel estava a espera dela, sentado na carteira ele acenou pra ela, ela fechou a cara e se sentou atrás de Jessica, ao lado oposto de Gabriel , o mais longe possível do garoto. Ele não entendeu nada, gritou o nome dela e ela fingiu não ouvir.
Tudo o que ela mais queria era lhe responder, mais pro seu próprio bem, para não ter que sofrer mais, ela apenas virou a cara. Ela saberia naquele momento que não agüentaria olhar para Gabriel, ela sentiria desprezo dela mesma, por estar fazendo aquilo, ela com certeza já estava se sentido culpado por esta evitando seu melhor amigo, mais ela pensava primeiramente nela, ela não queria se machucar, e não queria fazer com que ele se sentisse mal vendo ela ferida.
Gabriel se levantou, foi até ela e perguntou:
- O que está acontecendo Paula?
-Gabriel faz o favor de me dar licença.
Ela o empurrou querendo escapar de seus olhos, mas ele a impressionou contra a parede e segurou seu braço, então ela pode evitar seus olhos penetrando os dela.
-Me solta Gabriel.
-Eu não vou soltar, enquanto você não me disser o que esta acontecendo. O que eu fiz Paula pra te magoar, a ponto de você me ignorar?
-Me solta Gabriel.
-Paula, o que eu fiz? Paula, eu tenho o direito de saber, pelo menos para pedir desculpa!
-Gabriel, sai da minha vida, sai do meu caminho, me esquece!
Nesse momento ele percebeu que os olhos dela se encheram de lagrimas, então decidiu soltá-la. Ela saiu correndo com a mochila nas costas e chorando, chorando muito, Gabriel estava se sentindo culpado por aquela cena, ele nunca quis fazer com que ela chorasse, não era a intenção dele.
Então foi atrás dela, quanto mais procurava, mais aflito ficava por não achá-la.
Pegou o celular, ligou uma, duas, três, quatro, dez vezes, já estava preocupado.
Então se lembrou do esconderijo deles, que eles passavam tardes, conversando sem que ninguém os atrapalhasse.
Chegando lá viu que ela estava sentada olhando o Horizonte, a vista era magnífica, um encanto. Aproximou-se dela e foi logo dizendo:
-Paula...
-Gabriel já disse pra você me esquecer, não disse?
-Eu não entendo Paula, não tem como te esquecer. Você acha que eu consigo te esquece? Você acha que é fácil pra eu saber que você esta triste comigo e eu nem se quer por quê? Você acha que eu sou tão doido assim, pra te deixar pra lá. Fingir que você não existe deixar de amar você?
-Não fala assim.
-Não falar o que Paula? Você sabe que eu te amo minha amiga. Não quero ter que te fazer mal algum.
-O problema é esse você me ama de um jeito que eu não quero. Você me ama demais, e é tanto, que parece uma irmandade.
- Qual o problema, de te amar como minha Irma?
- O problema é que eu não te Amo Gabriel!
Neste instante viu lagrimas correndo sobre os olhos de Gabriel e resolveu encarar o problema e terminar a frase dita. Soltou um suspiro e chorando mais ainda, disse olhando fundo nos olhos de Gabriel.
- O problema é que eu não te amo Gabriel, não como uma irmã, não como uma amiga, te amo como uma mulher e só você que não conseguiu perceber isso.
Ele ficou sem reação nenhuma, ela percebendo sua aflição, resolveu se levantar e sair. Ele a segurou novamente pelo braço.
-Espera Paula
-O que foi Gabriel?
-Porque não me disse que me amava? e resolveu me evitar?
-Porque eu sabia que pra você eu era apenas uma irmãzinha mimada.
-E porque você nem se quer tentou?
-Porque eu sabia que eu era somente sua amiga.
- E você pelo menos sabe o que eu sinto por você?
- Eu sei que você me ama como irmã, isso é fato, você acabou de dizer.
-E você sabe por que eu sempre te amei como irmã?
-Não. Por quê?
- Porque eu nunca tive coragem suficiente de perceber seus sinas de amor por mim. Porque eu nunca tive coragem de dizer o que eu realmente sentia, e que eu nunca percebi, que você estava realmente afim de viver comigo um amor sem fim.
A cara de boba quem fez foi ela. E ele continuou:
-Você poderia ter me falado, o que te impedia de tentar, de ficar comigo pra vida toda?
-Você, diante de você eu não sabia o que fazer, mais, porque você não disse?
-Porque eu não sabia como falar!
-Mais e agora Gabriel no que vai adiantar.
-Não sei Paula, a única certeza que eu tenho pra minha vida toda, é que a cada dia mais e mais, eu só quero poder ser feliz ao seu lado, eu só quero sentir seu carinho, eu só quero te amar!
E então selou aquele amor com um beijo, um dos beijos, que Paula sempre sonhara em ter, um dos beijos que Gabriel sempre sonhara dar.
Às vezes procuramos não encarar os sentimentos de frente e acabamos perdendo quem mais amamos!
Não tenha medo de perder alguém, ates de ter tentado, ates de ter falado o que sente por ele. Você pode esta sendo correspondida (o) e não sabe.
(minha autoria)